BENDIREI AO SENHOR O TEMPO TODO

REFLEXÃO

Adriana Pasello
Publicado em 03.11.2009

 

Privilégio. Assim posso resumir os meus últimos 10 anos trabalhando em igreja e ministério cristão.
 
Primeiro a experiência na secretaria da minha igreja local e o desafio de transicionar as práticas que acumulei atuando em empresas seculares para o contexto eclesiástico. Encontrei resistência de alguns e, por parte de outros, muito interesse e incentivo. Deus foi gracioso e muitas das boas práticas trazidas foram implantadas. Alguns anos passaram, a coluna de fumaça se moveu e era chegado o tempo de sair da igreja e aceitar o convite para atuar neste ministério.
 
O Jetro me proporcionou uma variedade de experiências, algumas novas e outras mais amadurecidas daquilo que já praticava. Compreendi com mais amplitude as necessidades administrativas das igrejas e pude expandir conhecimentos em diversas áreas da gestão. Também foi aqui que bati o “recorde de permanência” em um emprego – 7 anos. Creio que isto se deve ao fato de ter me identificado profundamente com a missão do Instituto. Não tenho dúvida de que, usando a Bíblia como filtro, muitas práticas da gestão podem ser adaptadas e utilizadas para o fortalecimento e o crescimento do Reino de Deus.
 
Lições aprendidas
 
Nas duas experiências Deus se fez presente no tempo de entrada e de saída. Na época da contratação da igreja havia também a opção de um trabalho secular. Ele mostrou claramente onde me queria. Para entrar no Instituto, busquei a sabedoria na multidão de conselheiros e Ele confirmou a minha entrada. Agora, não podia ser diferente. Desde o ano passado fui invadida por um sentimento de “missão pessoal cumprida”. Consultei o Senhor e Ele falou claramente para não ter pressa, pois há uma hora e uma maneira certa de agir (Ec 8.3-6). O que aprendi? Melhor é esperar e confiar nos “tempos” do Senhor.
 
“Emprego não bate na porta”. Quem de nós já não ouviu esta afirmação? Para nós, filhos de Deus, este ditado popular não vale. Obviamente que Deus não espera passividade diante da necessidade de trabalho, mas é certo que Ele mesmo trabalha para aqueles que nEle esperam. Minha entrada no Jetro foi assim e creio que isto se deve ao princípio de “honra aqueles que O honram” e as sementes que plantei quando trabalhei na igreja. O que aprendi? Não preciso me preocupar com o futuro se eu estiver fazendo o meu melhor para o Senhor no presente.
 
Nestes dois empregos tive o privilégio de atuar com aqueles que Deus escolheu como reis do seu povo. Quantas pessoas não gostariam de ter este “trânsito livre” com homens e mulheres de Deus que são exemplos de líderes para nós? A Palavra diz claramente que o caminho para isso é buscar a excelência no que fazemos porque o resultado é “ser chamado para trabalhar com o rei” (Pv 22.29). O que aprendi?Há sempre lugar para a excelência, algo que agrada e honra o Senhor.
 
Que tal um aviso prévio de 3 meses?! Com isso, quero falar um pouco sobre a importância da transição de saída. Não creio que exista um profissional que execute suas atividades com zelo e dedicação e que não se preocupe com quem assumirá sua função e dará continuidade no seu trabalho. Certamente há situações onde não temos outra opção senão sair sem treinar um substituto. Mas, o fato é que a importância desta transição está muito ligada à importância da função para nossa vida. Se nos dedicamos e damos o nosso melhor, é natural o desejo de “passar o bastão” da melhor forma e para o melhor candidato possível. O que aprendi? As “leis trabalhistas” são somente uma referência para nós, cristãos. Podemos e devemos ir além, caminhando mais milhas e oferecendo mais do que a lei estabelece.
 
Tempo de “esperar”
 
O tempo de sair do Instituto chegou. Ele acontece no início de outro novo tempo na minha vida pessoal que é a espera pelo nascimento do nosso segundo filho. Deus, o Senhor de todos os tempos em todas as áreas de nossas vidas, deu a mim e meu esposo o desafio de perseverar muitos anos pela chegada da nossa abençoada herança.
 
Foram muitos anos de pesquisas, consultas médicas, exames, oração, meditação na palavra e intercessão de amigos mais chegados que irmãos. Foi um tempo precioso de crescimento e agora vivemos o tempo de desfrutar o cumprimento da promessa feita por aquele que trabalha para aqueles que nELE esperam.
 
A Palavra diz que Ele fecha e abre a madre. Então, depois de viver alguns bons anos no tempo da infertilidade, desde 2005 estamos vivendo o tempo da fertilidade. Deus verdadeiramente mudou a nossa sorte!
 
Nos anos de espera que vivemos, Deus falou de várias formas, e através de várias pessoas. Fui inclusive muito abençoada por relacionamentos feitos na caminhada do Jetro. Mas tudo isso é conversa para um livro e não para este momento.
 
Início e fim: a mesma importância
 
O que dizer aos leitores e amigos feitos no Jetro quando um ciclo acaba?
 
Certamente posso afirmar que mais do que experiências significativas de crescimento profissional tive o privilégio de conviver e fazer amizade com homens e mulheres de Deus e também crescer interiormente.
 
Continuarei a contribuir com o Jetro, agora na condição de colaboradora de artigos e preletora de cursos. E não posso deixar de incentivar outros profissionais que façam o mesmo. A sensação que tenho quando compartilho minhas experiências profissionais e pessoais é que sou mais abençoada do que o leitor!

Fecho este ciclo e descanso no texto de 2 Co 2.14-15 que afirma que “Deus sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo e por nosso intermédio exala o seu perfume”.

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